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domingo, novembro 09, 2008

Pastel de nata versus Pastel de Belém

Estes pastéis são a mesma coisa? Segundo “Tesouros da cozinha tradicional portuguesa” (Selecções do Reader’s Digest 1984,página 296), “Os pastéis de nata eram originariamente conhecidos por pastéis de Belém, dado serem especialidade de uma confeitaria ainda existente nessa zona de Lisboa. Tão apreciados são estes bolos que, hoje em dia, não há pastelaria nem leitaria, por mais modestas que sejam, que não vendam pastéis de nata, poucos, no entanto, se mantêm genuínos. Há quem aprecie comê-los polvilhados com canela e açúcar em pó.” Quantos anos terá a tal pastelaria (felizmente sabemos onde se situa e a cada ida a Lisboa não falham as duas dúzias que trazemos para cima, para deleite da maralha!)? Cem anos? Faço esta pergunta porque Alfredo Saramago em “Doçaria conventual do Alentejo – as receitas e o seu enquadramento histórico” dá-nos algumas receitas de pastel de nata, uma delas (pág 88) é do “Convento de Santa Catarina de Sena. De freiras dominicanas, foi fundado em 1547 por devoção……O convento fechou em 1882, depois da morte da última prioresa, soror Maria Leocádia do Carmo.” Portanto os pastéis de nata são um doce conventual muito mais antigo que os pastéis de Belém! Por outro lado ouvi algures na comunicação social que o recheio dos pastéis de Belém, posto noutro tipo de massa, penso que massa quebrada, se chamam pastéis bom-bocado. Ora nas minhas andanças pelos livros de culinária, encontrei no “O mestre cozinheiro, volume III, página 222, da Editorial Anagrama” (tive de a ferro e fogo forçar a Belinha a emprestar-me a colecção, pois já a tem há muitos anos e moita carrasco!!!) uma receita de pastéis de Belém que é substancialmente diferentes das receitas de pastel de nata, mais ou menos genuínos a que tive acesso, pois leva miolo de pão duro! Experimentei-a e quando a dei a provar ao pessoal cá de casa identificaram-nos como pastéis de Belém!

Vamos então à receita


Pastéis de Belém



Ingredientes

Miolo de pão duro, 50 g

Leite, 5 dl

Açúcar, 250 g

Ovos, 6 gemas



Escalda-se o pão com um pouco de leite, a ferver e mexe-se bem até fazer uma papa; junta-se-lhe o açucar e as gemas e passa-se tudo por uma peneira fina. Acrescenta-se depois o resto do leite, mas frio.
Prepara-se uma massa para pastéis, muito fina, forram-se as forminhas que se enchem com este doce e se levam ao forno a cozer.
A receita da massa para forrar as forminhas usei a do "O livro de pantagruel, 61ª edição, Temas e Debates", página 797, versão 1.
Foi comer e lamber os beços!